30/05/2024 07h43

Única cartinha de amor que recebi na vida foi na sexta série e do meu

melhor amigo na época (que eu, e a escola inteirinha, julgava ser homossexual).

Ele era extremamente carinhoso e apegado comigo, mas ao mesmo tempo tinha uma femininilidade absurda dentro dele.

Era ele quem fazia minha maquiagem, quem fazia penteados no meu cabelo e ainda elogiava outros meninos. Pintava minhas unhas também e ainda sorria de mim por ainda não saber andar de salto.

Em um belo dia, no intervalo de uma aula para outra, quando voltei pra sala havia uma cartinha na minha carteira dizendo (lembro até hoje):

“Vivi, você é a garota mais especial do Galeno. Eu te amo e meu sonho é namorar com você.
Você aceita? ( ) SIM ( ) NÃO”

Reconheci a letra na hora (ele tinha a caligrafia lindíssima) e eu fiquei gelada. Quando ele entrou na sala eu perguntei se havia sido ele o escritor e a resposta foi: “Amiga, esquece isso. Foi brincadeira.”

E nunca mais tocamos no assunto…