Essa é uma questão muito generalizadora, pois não há como saber se são os mais
desapegados que são depressivos, ou se são os mais apegados dentro de um contexto desapegados que são os depressivos. Não é porque muitos são desapegados que signifique que todos seja desapegados. Conheço pessoas que começaram a namorar muito cedo e até hoje estão com seu primeiro namorado ou namorada. Cada caso é um caso. Antigamente, se incentivava mais o casamento, que funcionava mais como um contrato ou uma sociedade do que hoje. A mulher se casava para tirar o fardo das costas dos pais, enquanto o homem se casava para aparentar mais responsabilidade. Constituir família era uma obrigação e muitas vezes não havia afeto algum envolvido. Raros eram os que se preocupavam com questões filosóficas. Acredito que hoje valorizamos demais os relacionamentos (não digo que não devamos valorizar), colocamos em um pedestal que queremos algo perfeito, atendendo a todas as nossas expectativas, o que não acontece porque as pessoas tem defeitos. Antes se aceitava mais os defeitos de alguém do que hoje. E alguns não aceitam nem seus próprios defeitos, querendo por vezes ser alguém que não é ou fingindo ser quem não é. Há muito mais exigência e muito menos aceitação, o que é dicotômico, pois ao mesmo tempo que se defende o direito de ser quem é, há uma necessidade de se moldar as vontades das pessoas para parecer mais "social".