Tenho uma aluna de 11 anos, ela tem problemas de socialização, não gosta de muito barulho e nem de mto contato físico ( suspeito de TEA)… Ela diz que prefere ficar no canto dela, não consegue ficar mto junto dos colegas da turma e conversando com ela, ela se abriu, me disse que a mãe não a entende, que a mesma não lhe dá atenção e que fica assistindo missa pelo celular e que odeia Igreja. Quando eu perguntei o pq? Ela respondeu que não se sente bem indo a Igreja e que todos os padres e pastores são homofóbicos… Eu queria poder entender pra poder ajudar.. Ela é mto esperta e inteligente, queria que se soltasse e interagisse mais.. Será que alguém colocou essa ideia na cabecinha dela? Será que essa questão de sexualidade é algo que já vem com ela?! Pq acho ela tão criança ainda pra já ter isso definido e ter esse discurso…
Posso estar enganado por não conhecer a menina em questão, mas creio que o problema
de socialização e o de sexualidade são diferentes, apesar de um influenciar no outro.É muito comum que, na faixa etária da adolescência, muitos se sintam perdidos de identidade, até porque se acostumaram a estar sob o crivo dos pais e só agora estão criando seu próprio senso de realidade, e a sexualidade entra nesse bojo de uma forma muito intensa, visto que a puberdade está em curso. Arrisco dizer que a aversão dela a pastores e padres se deva a pelo menos dois fatores: falas errôneas de padres e pastores no trato da sexualidade quando pregam e a associação da igreja como motivo de a mãe não lhe dar a atenção que precisa. Algo precisa ser mudado em casa, primeiramente, para que ela se sinta acolhida dentro da família e posteriormente na comunidade escolar (seus professores e colegas). O que está de imediato ao seu alcance é promover um ambiente tranquilo, no qual ela se sinta a vontade para viver a sua fase e ter uma vida social adequada. Assim como você conseguiu fazê-la se abrir com você, trabalhe com ela para que ela esteja aberta a receber os colegas e fazer amizades na escola. O âmbito familiar, creio eu que só possa ser resolvido com uma conversa inicial com a mãe e muito provavelmente ajuda profissional adequada.
