Ao adentrar um solo tido como sagrado por um grupo específico de fiéis, é imperativo

que deixemos de lado nossas próprias conveniências em nome do respeito àquilo que ali se cultua. Mesmo os mais humildes que já presenciei em minha vida se prostraram para se apresentar com dignidade diante de sua fé, ainda que trajando vestes surradas ou rasgadas, pois compreendem que a reverência não se mede pelo luxo, mas pela intenção.

Eclesiastes 5:1
"Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal."

Ao expor tal questão, contudo, não ressoa em ti uma mera meditação sobre conforto ou saúde, mas sim um desejo velado de provocar, de testar os limites de um espaço que, por sua natureza, impõe normas distintas das tuas. Não se trata de vestimentas íntimas, mas da tua necessidade de transgressão travestida de banalidade.

"Se Deus não existe, tudo é permitido"
Fiódor Dostoiévski

Quem verdadeiramente pauta suas escolhas pelo bem-estar não precisa anunciá-las aos quatro ventos, tampouco envolver na discussão lugares e circunstâncias onde tal detalhe se tornaria irrelevante —não fosse pela insinuação que arrasta consigo em relação a Igreja. Não foi tua roupa que maculou a casa de Deus, mas a intenção com que a mencionaste. Percebes os comentários maliciosos? Risinhos.

Por fim, digo-te, sendo homem ou mulher, afasta teus pensamentos impuros do templo, pois aqui não te conhecemos. Quanto ao trabalho que citaste, pouca importância tens.