Ó, quão peculiar se faz a minha existência, onde as palavras, essas intrincadas joias de

comunicação, permanecem prisioneiras na vastidão do meu ser, recusando-se a se materializar nas conversas cotidianas. Como uma ilha intransponível no vasto oceano das interações humanas, eu me resguardo na silenciosa abissalidade da minha introspecção, onde a efervescência dos discursos alheios não tem força para penetrar.

É como se minha alma se encontrasse em um estado de suspensão, um limbo comunicacional, onde os diálogos que permeiam o efêmero cotidiano me parecem transitar em uma frequência dissonante, distante da harmonia que rege os meandros profundos do meu pensamento. Cada palavra que ecoa no espaço ao meu redor, por mais carregada de intenção e significado que seja, se dissolve antes mesmo de tocar os recônditos da minha mente, que, por vezes, se encontram mergulhados em um mar de contemplação serena, onde a palavra, muitas vezes, se torna desnecessária.