28/04/2025 21h32
Seguindo a linha do que a @Safena disse

Quando eu tinha 20 anos, minha mãe teve câncer de mama. Meu pai quando soube que ela estava com câncer, ele chegou pra mim no quarto, e pediu:

- Filho, por favor, faz uma oração junto comigo. Estou muito aflito. Tenho medo de perder minha razão de viver.

Ele tinha sido diagnosticado com depressão, mas naquele momento, eu sabia que ele estava falando da minha mãe, não dá vida dele. Pois ele já não tinha razão pra viver, se não fosse a existência dela.

Quando eu tinha 23 anos, meu pai foi diagnosticado com câncer e cirrose, ambos no fígado. Ele ficou com encefalopatia que é uma doença que afeta o cérebro e deixa meu pai como se ele estivesse dormindo. Ele esqueceu até quem eu era.

Ele acabou fazendo cocô no sofá da sala, pois na época não sabíamos que ele ia precisar usar fralda, eu vi minha mãe pegar o coco do meu pai, limpar a bunda dele e aos prantos, dar um beijo na boca dele enquanto eu o colocava na cadeira pra dar banho nele.

Foi ali Anônima. Foram nesses momentos, que eu descobri o que era amor. Meu pai nunca disse eu te amo pra mim, mas a cada manhã onde ele ia comprar pão, a cada vez que ele ia nos campeonatos de futebol de escola que eu participava (e sempre fui pessimo) cada vez que ele voltava no fim do dia, ia no meu quarto e desligava a luz e a TV ao me ver adormecido.

Foi em cada momento desse que eu conheci o amor. E é esse amor que eu quero viver um dia. Comigo mesmo, com minha esposa e meus filhos.