Até que ponto o conceito de amor e perdão cristão foi romantizado?

Na sua percepção, o perdão e o amor de Cristo foram demasiadamente idealizados para justificar a permanência em práticas que a própria Bíblia considera pecado?

Sob esse viés, percebemos que, além de poucos cristãos se aprofundarem realmente na leitura bíblica, muitos ignoram um ponto essencial: Cristo andou, sim, com pessoas de diferentes condutas, mas aqueles que permaneceram ao seu lado não continuaram reproduzindo seus antigos pecados — fossem batizados ou não. Permanecer próximo a Jesus implicava seguir seus mandamentos e abandonar aquilo que os tornava reféns da figura do Diabo na narrativa bíblica.

Um exemplo são Tiago e João: embora tivessem um temperamento explosivo, precisaram abandonar sua raiva e impulsividade diante de Cristo. Não à toa, foram apelidados de “Filhos do Trovão”.

Dessa forma, muitos religiosos conscientes — inclusive aqueles que não frequentam uma igreja, mas apenas afirmam crer em Cristo — parecem utilizar essas frases, ou até mesmo passagens sobre o perdão divino, como justificativa para suas comodidades, sejam elas afetivas (amizades, amor romântico etc.), materiais ou sexuais.

Assim, isentam-se da responsabilidade individual de abandonar o conforto em que permanecem, amparados pela ideia de uma misericórdia eterna — como se explorassem, deliberadamente, um amor finito daquele mesmo Deus que afirmam adorar.
19/11/2025 15h23

Não diria romantizado mas banalizado.