Roma? Pilatos? Risinhos.

Não. Inclusive, sou uma, e lhe digo mais: se você evita pessoas religiosas

sob a ideia de que grande parte seria intolerante ou inconveniente, acaba reproduzindo exatamente o tipo de julgamento que critica — rejeitando indivíduos apenas pela fé que professam. Além disso, “crente” é todo aquele que crê em algo; portanto, nesse sentido, estaria evitando muitos tipos de pessoas. Suponho que tenha querido dizer “cristãos”, que creem em Jesus Cristo.

Quero que entenda com calma por que essa postura soa imatura — algo comum não apenas da sua parte, mas, infelizmente, de muitos ateus e outros religiosos. Hoje mesmo, paguei por um serviço em que o profissional, enquanto conversávamos, mencionou ser espírita. Eu, como cristã, poderia ter rejeitado seu trabalho baseando-me no que a Bíblia diz sobre outras crenças? Claro que não. Ser cristão não envolve ferir o próximo, nem alimentar antipatia oculta por alguém que não pratica injustiça alguma. O que estou dizendo com isso é: eu — e a própria Bíblia — podemos discordar das escolhas de alguém, mas isso não nos autoriza a tratá-lo com descaso ou ignorância – algo que parece emergir da tua parte.

Ainda assim, preciso ser sincera: eu recomendaria a qualquer pessoa religiosa manter certa distância de você enquanto pensares assim. Não por maldade, mas porque sua postura demonstra uma imaturidade e uma resistência desnecessária em relação à fé dos outros – e isso pode machucar alguém um dia, ou causar brigas que poderiam ser evitadas. Mas, tudo bem, todos nós já tivemos um tempo de coração rígido.

Portanto, fique tranquila: nós, “crentes”, não temos problema algum com ateus — apenas preferimos evitar aqueles que ainda tratam a fé alheia com desdém. Assim como você prefere manter distância de religiosos por motivos que considera válidos, nós também preservamos nosso espaço.