
anônimo
6a
A proposta, na teoria, é extremamente válida.
Aplicativos ou sites de relacionamentos permitem pessoas terem alguma
métrica inicial para conhecer alguém mais próximo de seus interesses.É algo para acelerar o processo, pois pode ser desgastante e demorado sair, socializar, interagir, dizer vários "Não", receber vários "Não", até encontrar alguém.
Ainda mais hoje em dia com a própria mudança de comportamento da sociedade, com pessoas mais focadas em carreiras e estudos, com menos tempo disponível, com menos interesse em sair, pode se tornar mais difícil ainda encontrar alguém com quem se identifique.
Porém, na prática, além desse filtro inicial poder ser "manipulado", de forma que as pessoas não sejam exatamente quem vendem ser (o que também não é tão diferente de algo que possa ocorrer na realidade) eu vejo que se perdeu a essência da proposta inicial, e o uso desses recursos virtuais, principalmente do Tinder, foi para a direção do imediatismo sexual.
Analise o próprio funcionamento do Tinder: conectar pessoas de forma imediata, por uma avaliação superficial que dura em média meio segundo olhando uma foto de perfil, fazendo assim várias pessoas dividirem sua atenção entre várias pessoas. Ou seja, não incentiva uma conexão mais séria e aprofundada com alguém, e sim apresenta várias opções, várias conversas mais superficiais, de forma que incentiva o "pegue a melhor opção possível agora".
E vários aplicativos seguiram essa direção. O Tinder é o líder em apps de relacionamento, e isso diz sobre a conversa média e a forma de relação que as pessoas tem encontrado por um meio virtual.
Claro que dá para encontrar seu amor em um app como esse, e vários assim já conseguiram, mas apenas porque "podemos encontrar de tudo em todo lugar". Dos possíveis milhões de usuários do Tinder, quantos será que encontraram seu amor lá? Acho plenamente possível, mas apenas não creio que uma boa relação amorosa seja a média das relações que surjam por um meio como esse.