anônimo
anônimo
04/03/2019 13h48

É por um questão dessas que eu jamais faria Ginecologia/Obstetrícia. Chegaria uma hora na qual

iriam querer me obrigar a fazer algo contra meus princípios morais e éticos, que envolvem ser pró vida em qualquer caso (sem essa de "bandido bom é bandido morto"), fora estupro e risco à vida da mãe.

Pra mim, é uma escolha da mulher. Quer abortar, que aborte. Por mim que legalize, deem essa opção às mulheres!

Mas eu também tenho direito à opção de estigmatizar, rejeitar, ignorar, menosprezar e evitar contato com quem aborta. Eu pago essa atitude agressiva e assassina com outra equivalente.

E, cá entre nós, nenhuma das que defendem aborto sairia dizendo abertamente que abortaram porque sabe que a atitude de grande parte das pessoas seria justamente a minha, a de estigmatização.

Alguém desamparado não vai ser necessariamente marginal. Um filho indesejado nem sempre o será. Parem com o recital da vida de quem vc nem sabe pelo que passará, cartomantes.

P.S.: fui filho acidental, indesejado, e mesmo assim meus pais me amam. Meu avô ficou paralisado após um AVC e meu pai saiu de casa aos 6 anos, pra ficar sem um apoio familiar sequer, teve de morar na rua um tempo. E se deu muito bem na vida. Aliás, minha família quase inteira passou por isso.