As coisas foram mudando muito de uns anos para cá, agora ninguém faz questão de lutar por um amor, se deu uma mancada, já troca, não deu certo arruma outro e outra como se fosse fácil kkkk

anônima
Acho que a modernidade esteja influindo na maneira como nos relacionamos,
em nossas expectativas, na maneira
como nos vemos, no que estamos dispostosa oferecer e no que desejamos receber, na velocidade em que queremos essas coisas.
Insistir nos relacionamentos não deve acontecer como princípio, nem toda relação
merece o esforço ou o recebe por amor, mas por vício.
Entendo o que vc quer dizer e concordo, temos a sensação de muitas opções hoje
em dia, em 3 clicks online e já encontramos milhares de pessoas com as quais apa-
rentemente temos afinidades, pessoas atraentes, por que perder tempo n'algo imper-
feito e que precisa de conserto, se podemos partir para uma paixão novinha em folha,
sem obstáculos, sem ressentimentos, sem trabalho a ser feito?
Existe uma ideia moderna de felicidade, e o conceito de felicidade vem mudando rápi-
da e firmemente há quase 4 séculos, recentemente estabelecendo-se como um estado
pelo qual devamos buscar, um objetivo em si mesmo, a noção de que, se ela não estiver
presente constantemente, não há normalidade. E isso é um contrassenso, a felicidade, a
ausência de sofrimento em graus diversos, a plenitude, são a exceção. E não podem ser
o objetivo. Dor, sofrimento, frustração, imperfeição, luta, são o sal da terra, o normal.
Como amar profundamente, a ponto de querer vencer os problemas, de engolir sapos,
de não buscar perfeição no todo, mas uma relação realista de acordos, se cedemos à ideia
de felicidade como perfeição, como aquisição, como fim, uma falsa noção de fluxo inter-
mitente e fácil? É uma ideia sedutora e impossível, quem cede a ela está fadado à frustração
e ao descarte contínuo das relações que "apresentem defeitos".