Um conhecido meu pesquisou o assunto e fez uma copilação de cartas
enviadas a sentenciados por

crimes sexuais, interessantes as conclusões.
Como leiga, observo que, em se tratando das gurias que vivem em comu-
nidades, existem dois fatores: um deles é que elas crescem lado a lado com
os caras que depois conheceremos como assassinos, não há nos primeiros
contatos um preconceito, e depois há a relação de poder, o fascínio que ele
exerce. Este último certamente é determinante nas outras circunstâncias.
Outro aspecto que imagino ter peso é a fantasia meio "A Bela e a Fera": o pra-
zer de ser especial, de que um homem que odeie as outras mulheres ou pes-
soas nos distinga e trate-nos bem, ame-nos, veja em nós uma mulher tão ra-
ra e melhor do que as outras que ficará manso. É uma espécie de transferência
de poder, uma osmose, algo que habita o imaginário humano desde sempre, de-
vorar um pedaço ou algo de quem admiramos transfere para nós essa qualidade,
relacionarmo-nos com alguém poderoso/temido dar-nos-á poder e respeito.