Olha, essa crônica fui eu quem escrevi, e ela descreve exatamente as sensações que ela

(minha noiva, que foi e é minha melhor amiga) me trouxe, e por conseguinte, me fez querer namorar.

Sempre tive grande dificuldade de lidar com outras pessoas. Aceitar que não é todo mundo que tem os mesmos preceitos, ideais, vontades, gostos, e talvez, sonhos, caso eu tivesse algum, parecidos com os meus. Nesse embaralhar da minha mente, o vazio se sentava para tomar uma xícara de café com meu subconsciente, tentando convencê-lo de quê nenhuma pessoa é capaz de impressionar. De superar todas as suas expectativas. Partindo dessa premissa, durante grande parte da minha vida pensei estar afivelado a um tronco, prestes a ser açoitado pelo vazio caso ele fosse preenchido por algo substancial, logo, com medo do castigo, preferia a solidão. Acostumado com o medo, a corda e eu nos tornamos velhos amigos íntimos, e eu sabia, ela me puniria cordialmente.
Mas então o amor aconteceu. E ele é forte. É resistente, mas ao mesmo tempo é brando e calmo. É sagaz, pois te faz entender que uma lágrima pode ser limpa do seu rosto, caso um sorriso sincero venha de outro. E o mais importante, é libertador. Arranca as amarras, te faz sonhar, se libertar, e te dá lastro para imaginar o que jamais ousou imaginar.
Foi então que sonhei, cantei, chorei horrores de felicidade, sonhei mais um pouco, idealizei, voei, e por fim, pousei. Pousei para vê-la colocar a língua entre os dentes entreabertos enquanto tentava conter um sorriso meigo.
Me desvendei, e dividi todos os meus segredos, exceto um: "misteriosamente, o meu sorriso só se faz existente quando há o seu. O meu sorriso é o reflexo do seu".
De todos os lugares que fomos, o que mais me marcou foi o seu sorriso.
Dentre as coisas que aprendi com você, mesmo que não, de forma voluntária, quisesse ensinar: "o sorriso é a artimanha mais eloquente do universo".