
anônimo
11/09/2019 20h43
No dia do atentado, no exato horário em que recebi a notícia eu estava no
engarrafamento da Linha Amarela sentido centro na altura do Shopping Nova América.Lembro do momento exato e da sensação inexplicável de perplexidade quando o telefone tocou (eu estava ouvindo musica) e minha mãe disse que havia acontecido algo, que era para que eu ouvisse no rádio.
Acho que naquele dia praticamente não trabalhei, passei o dia apenas assistindo o noticiário, perplexo com o que voa, e acho que o mundo inteiro também, naquela epoca eu recebia e respondia uma média de 50 e-mails por dia e não devo ter recebido cinco.
Meu telefone que nunca parava de tocar, passou o dia silente... Na volta para casa, no rush da tarde, as pessows se olhavam no engarrafamento e era notória a expressão de medo, de consternação, de fragilidade face a um inimigo invisível.
Minha ex mulher estava grávida da minha filha mais velha, lembro que não parava de pensar nela e na criança, como me sentiria se as perdesse naquele momento, daquela forma.