Você acertou duas coisas aqui;
1) Obesidade não é saudável, em hipótese alguma.
2) não é

algo imposto (esta premissa apenas parcialmente)

No entanto, você erra nas outras. Explico o porquê:

1) Obesidade é uma causa multifatorial. Comecemos pela infância, algo que você já citou como "não sendo de nascimento". Estatisticamente, neonatos se situam nos percentis entre 5% e 95% de uma curva gaussiana para o peso. Isso quer dizer que 5% das crianças são obesas ao nascer, e 5% estão na faixa de desnutrição. A etiologia para o baixo peso ou alto peso é primariamente associada a fatores maternos e genéticos, sendo, assim, uma imposição ao nascer.

Ainda crianças: a obesidade "hereditária" nesta faixa etária é dividida em três: poligênica, sindrômica e monogênica. A poligênica é responsável pela variação de 40% a 85% da adiposidade da criança, algo que pode ser mitigado pelos hábitos de vida. A sindrômica, por vezes, acaba sendo intratável devido à patologia de base (Down, Turner, Klinefelter). A monogênica, rara, também contribui para a obesidade, respondendo por 2% a 6% dos casos, como defeito na melanocortina 4.

A obesidade em adultos pode ser tanto uma continuação destes fatores anteriores quanto a ação epigenética. Muitos são controláveis, como dieta e estilo de vida. Outros, nem tanto. Os cito aqui:

1) Transtorno de compulsão alimentar: condição psiquiátrica, que é tratada com inibidores da recaptação da serotonina. Infelizmente, o resultado do tratamento nem sempre é eficaz, por vezes aumentando o risco do desenvolvimento de outros distúrbios, incluindo a síndrome alimentar noturna.
2) Síndrome dos ovários policísticos: 50% das mulheres com SOP são obesas. As causas ainda são desconhecidas.
3) Hipotiroidismo: às vezes a doença é subclínica e não se tem um diagnóstico. Diminui a atividade metabólica.
4) Uso de medicamentos para diabetes e hipertensão: insulina e beta bloqueadores ajudam no ganho de peso. Não dá pra parar com eles, né? Continua...