Vocês acham que o racismo há 50 anos atrás era muito menor do que hoje? Em alguns lugares, é claro.

Em princípio, talvez isso não faça sentido, mas vamos lá. Acredito que há 50 anos atrás, em grandes metrópoles, realmente, o racismo era muito mais escancarado, apesar de hoje infelizmente, ainda existir muito.

Mas estou falando é do interior, do simplismo, onde todos se conheciam, todos levavam uma vida pacata, trabalhavam, se divertiam, sem preconceitos, um povo mais inocente e puro, sem observar as pessoas pela cor da pele, e sim pelo caráter. Bom, pelo menos é assim que meus entes, amigos mais velhos dizem, que depois da urbanização, o racismo apenas piorou.

É como uma vez ouvi falar:
''Ninguém nasce racista, o racismo é ensinado por outros seres humanos.''

Acredito realmente nessa frase, talvez nessas comunidades interioranas, o racismo realmente não havia chegado.
anônimo
anônimo
21/12/2019 12h07

É a mesma coisa, 50 anos é um lapso temporal muito curto quando se trata

de civilização humana. Estamos falando de duas gerações, isso se os seus pais lhe tiveram com 25 anos, ou três gerações, se contarmos os nossos avós. 50 anos atrás o homem estava pisando na lua com a Apollo 11, o AI-5 estava sendo assinado pela ditadura militar, os Beatles lançavam o álbum Abbey Road.

Questões que afetam diretamente o nosso cotidianamente. O programa espacial está a todo vapor com programas para voltar à Lua até 2030. O AI-5 está na boca do povo em decorrência de um governo autoritário. Os Beatles continuam mundialmente famosos.

Por que com o racismo seria diferente se não fizemos nenhuma grande reforma estruturante de inclusão que quebrasse esse ciclo? Nunca houve reforma agrária no país para conceder meios de sobrevivência aos libertos da escravidão que foram e são até hoje repelidos às margens das grandes malhas urbanas sem infraestrutura básica alguma.

E quando surgem algumas poucas políticas afirmativas para corrigir esses desvios históricos, a elite brasileira apronta-se ao golpe pois se sente "ameaçada". Sentimento oriundo de séculos de comodismo onde tudo é bem mais fácil aos que são brancos e classe média/ricos pois não precisam competir com o grosso da população brasileira que é mestiça/negra e não lhe é dada a oportunidade de competir de igual a igual com os filhos da classe média brasileira.

Sobre o quantitativo de racismo de hoje. Bem, isso é difícil de mensurar, a diferença é que em decorrência da hiper-exposição que a internet e a mobilidade telefônica nos permitiu, as pessoas escondem o racismo com medo de serem filmadas e expostas ao planeta. Então antigamente alguém era racista e ficava naquele círculo restrito de pessoas que presenciavam o ato. Hoje se alguém é racista, na hora o país inteiro fica sabendo, isso acaba mitigando a externalização do racismo, mas o racismo continua o mesmo.