Vc não pode generalizar e dizer que uma pessoa não consegue trabalhar por falta de

iniciativa e empreendedorismo. Que é preguiça dos jovens.
Isso é muito perigoso.
Vou expor alguns pontos:
- falta de estrutura familiar. Primeiro, não estou me referindo a família tradicional. Falo família em termos genérico. Pode ser uma avó, um casal homoafetivo.
Os jovens não tem estrutura na medida em que cresceram vendo seus pais se fodendo. Eles sabem que mesmo trabalhando, não vão ter uma vida melhor. Esta família, não consegue por conta do ambiente em que vive, mostrar aos seus filhos que o trabalho é uma ferramenta possível de superação visto que eles não conseguiram. Entenda que nem todo mundo é mestre nas artes da conversa, nem toda família tem uma boa interação entre si. E assim, os jovens crescem sem aprender a lutar pelo que querem.
A gente aprende essas coisas, e esses jovens não aprenderam.
- falta de educação básica. Em alguns caso, quando a família falta, a educação ajuda. Muitas vezes, professores e comunidades viram exemplo de superação. Mas se a educação é deficitária, mais uma vez esse jovem não teve onde aprender que ele tem dentro de si o poder da mudança.
- a modernidade líquida e seus problemas em si. Vivemos num mundo em que perspectivas de longo alcance nem sempre são privilegiadas. O imediatismo joga um balde de água fria no jovem que não aprendeu, nem na família e nem na escola, que é preciso ter perseverança.
- na classe média, famílias super protetoras. Um outro fenômeno, causado pelo excesso de individualização dos anos 80, é a falsa ideia de que não podemos sofrer. Pais brindaram os filhos do sofrimentos e estes jovens acabam ficando com dificuldade de sobreviver na selva da vida.

Nas políticas públicas, quando se fala no que fazer para ajudar o jovem com sua vida, é por exemplo, a inclusão de disciplinas na escola que contemplem projetos de vida, nas escolas públicas por exemplo, isso acontece em aulas de filosofia. Ou deveria acontecer ali.