O feminismo começou como um movimento em busca de direitos civis. Era uma questão política,

porque as mulheres haviam sido excluídas das conquistas legais das revoluções burguesas. E, com a participação das mulheres em massa como força competente de trabalho na Grande Guerra (o que foi significativo tanto na prática quanto na mentalidade do século XIX da mulher ser semi-incapaz), obteve um extraordinário significado histórico. Entre as décadas de 20 e 30, o sufrágio universal e a igualdade perante as leis (divórcio, herança, etc.) foram consolidados no ocidente democrático.

Com essa mudança extraordinária de paradigma, o feminismo atingiu seu auge quando várias ideias novas surgiram, transformando-o em uma filosofia. Nesse período houve um enorme florescimento de novas perspectivas tendo a mulher como agente social. Esse ponto é importante. Nas várias filosofias feministas que passaram a influenciar a cultura, a política, os costumes, a psicologia, a mulher não era um ser indefeso que precisava ser resgatado. Pelo contrário, era ela que, a partir de então, escreveria sua própria história.

Quando a coisa degringolou? Quando as bandeiras tradicionais das ideologias de esquerda se apropriaram do termo 'feminismo', transformando-o em ideologia cooptadora. Isso se deu na Europa e principalmente nos EUA. Não tem espaço aqui pra uma análise mais detalhada, mas o fato está posto. O feminismo hoje remete a um amálgama de ideias vagas, que se encaixam praticamente em qualquer discurso. Poucas feministas atuais no mundo ocidental são mulheres com coragem de denunciar essa transformação, porque tudo virou mídia, ideologia e ser aceito pelo grupo.

A tendência anti-feminista obviamente nasceu contra isso. Quem entende o feminismo enquanto fenômeno histórico, ou mesmo filosófico, o admira. O movimento ideológico, identitário, no entanto, é patético e odioso, fomenta ressentimento e divisão, evirou um fim em si mesmo.