Nenhum presidente é bom, mas a Rússia estava chegando ao fundo do poço. Quando é

assim, ou permanece ali (exemplo Venezuela) ou sobe.

A URSS tentou controlar tudo, eliminou absolutamente a propriedade privada, sistema de preços, moeda, proibiu o comércio com o exterior e a abertura de empresas. Tudo era planejado pelo governo central. Em poucos anos o que era produtivo acabou. Na década de 1980 a URSS ainda empregava máquinas da década de 1950 nas indústrias. A agricultura, mesmo sendo massivamente subsidiada, estagnou. E ainda gastava muito para manter o controle sobre as repúblicas soviéticas, ocupação do Afeganistão, e produção de armamento nuclear. Ficou difícil competir com economias livres, que se adaptavam mais rapidamente a mudanças. Planejamento central gera um problema informacional enorme.

Gorbachev percebeu que não havia saída senão abrir a economia, mas não tinha como fazer isso sem desagradar os altos oficiais do Partido Comunista. Então ele fez reformas mais brandas e insuficientes. Permitiu sistema de preços, existência da moeda, comércio exterior, mas ainda era proibido abrir empresas. Não fez reforma agrária. As repúblicas ficaram insatisfeitas, incluindo aí o Bóris Iéltsin. Então as reformas sofreram oposição tanto do Partido Comunista quanto dos liberais.

O parlamento, contrário a reformas liberais, impediu que Iéltsin fizesse privatização profunda, com desregulamentação e desburocratização, então, mantidas as barreiras à iniciativa, formaram-se oligarquias. Ou seja, devido à resistência às reformas, elas acabaram sendo insuficientes. Ele tentou dissolver o parlamento e os parlamentares se rebelaram. Aí ele explodiu tudo, matou 187 pessoas e prendeu os líderes da oposição. Jogou fora a Constituição antiga e fez uma nova, presidencialista.

Putin continuou o trabalho do Iéltsin, com uma visão mais estatista. Ele estatizou empresas e setores, e foi mais autoritário que Iéltsin, provavelmente por ser ex-KGB / nacionalista.