Não está no nosso DNA. A tendência darwinista é a monogamia, embora sob a perspectiva

de vida baixa, não passando dos 30 e poucos anos. Pra nossa época, talvez a tendência pudesse se chamar uma monogamia temporária, pois vivemos muito mais. Mas mesmo assim é nossa tendência natural, isso é fácil de entender do ponto de vista evolucionário.

Humanos tem cérebros grandes demais. Isso faz de nós quando fetos sermos muito cabeçudos. Então a fêmea humana não pode tolerar uma gravidez muito longa, como a imensa maioria dos mamíferos, nos quais os filhotes nascem já bem prontos pra sobreviverem - em outras espécies isso é até mais acentuado. Sendo o recém nascido humano muito pouco desenvolvido, ele precisa de muitos anos de cuidado da mãe.

Bom, a mãe precisa sobreviver, precisou por dezenas de milhares de anos, como qualquer indivíduo. Pra conseguir lidar com as responsabilidades de cuidar longo tempo de um filhote tão frágil, precisava inexoravelmente de um apoio incondicional e com confiança do pai, progenitor, enfim. Então, pela simples natureza de nosso cérebro enorme, fomos moldados pela evolução para gerarmos casais estáveis ao menos até os filhotes poderem sobreviver sozinhos.

Esse é o impulso do DNA. É claro que o ser humano é um animal extremamente complexo, e a cultura atua de forma brutal em nosso comportamento. Mas nossa espécie só sobreviveu com essa capacidade cerebral incrível graças a esse incentivo darwinista para a monogamia.