Olha, normalmente a mulher acha que a coisa se encerra em uma amante, mas não

é bem assim. O universo do homem e da mulher é bastante diferente; as observações, aquilo que releva, o que é importante.

A mulher olha para o homem e só pensa que ele está com outra, mas nunca para pra pensar no quanto ela se distanciou dele, no quanto nunca se importou com ele, com as coisas que gosta, em estar junto nas atividades que interessam a ele, de participar da vida dele.

Normalmente os amigos não prestam, o trabalho é chato, os hobbies - ou aquilo que ele simplesmente gosta - é infantil, desimportante, ridículo.

Ninguém se afasta "do nada" de alguém com quem escolheu passar a vida, o afastamento vai acontecendo devagar, suavemente... E a mulher só se dá conta de que o homem está infeliz quando a relação já azedou, o cara já arrumou uma piranha na rua e quer mais que se foda porque olha para a pessoa do lado dele hoje e não reconhece mais aquela pessoa com quem se casou há alguns anos.

Eu fui casado e passei exatamente isso aí, fora as mentiras e as manipulações (não estou de maneira nenhuma afirmando que foi o seu caso), fomos nos afastando como indivíduos, só nos encontrávamos na cama, depois nem na cama, eu já não tinha saco nem paciência, me sentia acorrentado a ela por conta de filhos, bens, projetos que nunca realizamos... perdi a vontade de voltar para casa, comprei um barco, passava 4 dias da semana dormindo no deck... Era um refúgio, só queria silêncio e solidão de fato.

Ela tocou o foda-se, foi viajar com os amigos da faculdade, juntou com as amigas mais putas que até em cima de mim davam debaixo do nariz dela e foram a todas as baladas, fotos de roupa curta, drink na mão e "lacração" passou 40 dias em um cruzeiro e não apareceu nem no aniversário das crianças...

Mas quando recebeu a citação do divórcio, o cretino fui eu que não dei uma chance...