Muito. Nunca tive amigos de verdade no colégio e zoavam bastante minha aparência, meu único

amigo traiu minha confiança. Já fui chamado de "broxante" por garotas em sua total sinceridade, pois não perceberam que eu estava ouvindo e comentavam mal de mim. Sim, minha época de colégio foi um inferno: eu contava quantas vezes eu podia faltar sem ser reprovado. Quais professores deixavam sair de sala, de modo que eu passasse o maior tempo possível evitando contato com os colegas de classe. Quando estaria só pra poder não ir à escola, pois comecei a morar semi-sozinho aos 14 anos. Aprendi a falsificar a assinatura da minha mãe pra justificar minhas faltas quando mandavam aviso lá pra casa. Utilizava todas as maneiras ao meu alcance pra fugir da realidade, que não se limitava só ao colégio.
Cheguei a brigar feio uma vez por não aguentar mais, pois envolveram família de uma forma séria e machuquei o menino legal. Me senti péssimo na hora porque foi quase um espancamento e tortura. Mas me senti bem por terem parado de encher o saco por um tempo e porque achei que ele merecia.

Nessa época comecei a tentar fazer tudo o que podia pra me livrar disso e não tardei a desenvolver depressão, autossuficiência e a maioria dos hobbies que tenho hoje: solitários e, por vezes, competitivos. Esportes individuais e distantes, computador, estudos, lutas e leitura.

Mas felizmente superei isso tudo. Minha adolescência me moldou a ferro e fogo.