
anônima
4a
Senta, que lá vem história. Primeiro: não há isso de ''a esquerda''. O que existem,
na verdade, são ''as esquerdas'', no plural. O campo de esquerda divide-se em centro-esquerda (ou esquerda moderada), esquerda radical e extrema-esquerda.A centro-esquerda é aquela que não se opõe ao sistema capitalista. Tenta conquistar um direito aqui, uma reformazinha ali, mas sempre dentro da institucionalidade. Sempre respeitando a Democracia Liberal Burguesa. Até admite que o sistema tem sérios problemas, e que esses problemas devem ser solucionados pelo Estado, só que a maneira que encontra de solucionar esses problemas é por meio de conciliação de classes: faz alianças com a classe dominante, na expectativa (ingênua) de que essa classe abra espaço para melhorias nas condições de vida da classe trabalhadora.
Só tem uma questão aí: o que a galera da centro-esquerda, como Lula, Ciro e Manu D'Ávila, esquece é que não existe conciliação verdadeira quando os interesses são completamente antagônicos. Os burgueses permitem melhorias na vida dos trabalhadores somente enquanto existirem altos ganhos para eles também. Ao primeiro sinal de crise (e as crises no Capitalismo sempre vão existir, porque são cíclicas), retiram todos os direitos que nos foram concedidos em tempos de vacas gordas e substituem a conciliação de classe pelo enfrentamento de classe. Em outras palavras, quando o bolo diminui, a burguesia faz de tudo para garantir que suas fatias não diminuam também. E para que as suas fatias não diminuam, optam por reduzir as fatias da classe trabalhadora.
A esquerda radical, da qual eu faço parte, sabe bem disso. Nós defendemos um programa que aja na raiz dos problemas. Enquanto a esquerda moderada jura que vai resolver os problemas se aliando à burguesia, a gente entende que o problema é justamente a existência da burguesia.
Continua nos comentários.