Eu provavelmente teria chorado se não soubesse que política não se faz só nas urnas,

de 2 em 2 anos. Política se faz todos os dias, com trabalho de base, construção de consciência de classe e organização da classe trabalhadora. Para um militante de redes sociais, essa derrota da esquerda pode parecer o fim do mundo. Para mim, militante organizada em partido e em movimentos sociais, é só mais uma batalha perdida. A história é dinâmica assim mesmo. Às vezes nós vencemos, às vezes eles vencem.

Quem é de esquerda radical não enxerga o poder como um fim em si. A gente quer é transformar o mundo. Se no meio do caminho, vencermos as eleições, tanto melhor. Se não vencermos, a luta continua do mesmo jeito.

Conversei com muitas pessoas na rua nessas últimas duas semanas, fazendo panfletagem. Enquanto tentava virar votos, deixava bem claro que o meu chamado não era apenas para as eleições. Era um chamado para a militância. Peguei o contato de várias delas e algumas até já se filiaram à organização em que eu milito. É sobre isso, sabe? Sempre foi. Nunca foi apenas sobre ganhar um pleito.

Portanto, eu lamento muito desapontá-lo, mas não, não deixei cair nenhuma lágrima sequer. Não se enfrenta o inimigo morrendo de medo.