O meu estado (RN) foi provavelmente o que menos recebeu escravos durante a época da

escravidão. Como resultado a população negra aqui é muito baixa, para não dizer mínima. Existe muita gente morena e branca, mas negra não. Isso significa que a gente realmente se surpreende quando vê um negro puro, dada a raridade, mas isso, por si só, não consiste em preconceito, já que surpresa e destrato são coisas diferentes.

Eu tenho um amigo negro (filho de pais imigrantes angolanos, e a maioria dos negros aqui são imigrantes ou descendentes dessa forma) que fala que sofre preconceito. Na maioria das vezes, eu não percebo os eventos como preconceito porque eu passo pelas mesmas coisas, mesmo sendo branco. Dito isso, eu já presenciei uma vez uma cena de franco preconceito contra ele, em que as pessoas saíram da piscina ou ficaram escandalizadas por haver um negro na água e se recusaram a entrar nela, ficando constrangidas. Então o preconceito existe.

Eu sou da capital, e não tenho raízes no interior (algo incomum aqui), mas falam do interior como mais preconceituoso.