Definitivamente não! o Enem é, a exemplo do que eram oe vestibulares que ele visa

unificar, a declaração universal de incompetência do Estado Brasileiro no cumprimento de uma das suas obrigações fundamentais. Não é uma questão subjetiva - antes que me chamem de esquerdista - está na constituição junto com saúde e segurança.

A transformação do Brasil passa essencialmente pela maior oferta de vagas na formação acadêmica de ensino público ou uma política de subsídios à formação dos cidadãos em instituições privadas, PPP's, enfim.

No entanto, na contramão da demanda de ensino de qualidade para a possibilidade de aproveitamento do conteúdo científico constante da grade acadêmica, o processo de ensino público de conteúdo fundamental e médio ao longo dos últimos 24 anos optou por apenas formar em quantidade para cumprir o que preconiza a Constituição Federal.

Como resultado, temos uma inversão no processo de distribuição de vagas de ensino público, onde quem vem da rede pública de ensino fundamental não consegue ascender às cadeiras de ensino acadêmico. Outrossim ainda há outra questão de igual gravidade, a incapacidade de acompanhar o ensino acadêmico por conta de déficit de aprendizagem nos níveis fundamental e médio.

É a face mais cruel da desigualdade social, porque é ela que atua como motor na segregação econômica e perpetua a pobreza já que nega aqueles que mais precisam da universidade pública o acesso ao conhecimento, causa o turnover (abandono) elevadíssimo em universidades particulares e aqueles que conseguem concluir o curso, mesmo "formado" o nível de aproveitamento do conhecimento acadêmico é em geral baixo, motivado por facilitações das políticas individuais de aferição de conhecimento por instituições que visam simplesmente formar mais visando a expansão de seu marketshare com foco na expansão de valor da "empresa", digamos assim.