
anônimo
06/02/2021 12h33
Genuinamente não, mas queria dominar a escrita, até mesmo ser um jornalista investigativo.
No site escrevi
um conto curto, numa resposta. É esse:Notei que aquele silêncio da Maripacheco significava uma dúvida. O olhar mirava um ponto distante daquele quarto de motel. Seu corpo nu ficava inerte, me senti impelido a acabar com o clima fúnebre.
-Linda, algo te incomoda?
-Sim. Respondeu ela, engasgando, parecia ter vergonha do que estava prestes a me dizer. E continuou:
-Eu traí você meu moreno gostoso!
Gelei. Nunca esperava isso daquele ser tão angelical e amoroso. Minha vista escureceu, pensei em todo o amor que tínhamos um no outro, e tudo se desmoronava. Me refiz do susto e falei calmamente:
-Maripacheco, se caiu na tentação com outro homem, melhor darmos um tempo. Mas quero continuar seu amigo.
Ela virou se apavorada para meu lado e suplicou:
-Me perdoe! Nunca trai você com outro homem! Traí você nas urnas. Votei no Covas.
Empurrei-a de perto de mim e gritei:
-Nunca mais quero te ver perto de mim! Sua traidora!