Alguns tem tudo e outros não tem nada, digo isso desde quando vc nasci

anônima
24/02/2021 17h17
O primeiro passo para combater a desigualdade você já deu, Mateus: questionar-se por que ela
existe. Recusar-se a aceitá-la como natural. Recusar-se a aceitar que esta seja a única configuração de sociedade possível. Você está no caminho certo.O segundo é entender a posição que você ocupa na pirâmide social. Conscientizar-se. Perceber-se como membro da classe que não tem nada além da sua força de trabalho para vender. Que tudo produz, mas que com muito pouco fica no fim. Da classe que está com a cabeça tão cheia de ideologia dominante que, em muitas ocasiões, age contra seus próprios interesses.
É essencial que você entenda que, sob o regime do Capital, ou você explora, ou é explorado. Ou você detém os meios de produção, ou vende sua força de trabalho aos detentores (mas, diferente de um regime de escravidão, por exemplo, você não se vende apenas uma vez não. Se vende todos os dias).
É luta de classes e você precisa compreender de que lado está. Precisa compreender que os nossos interesses e os interesses da classes dominantes são e sempre serão antagônicos. Eles estarão constantemente tentando retirar os nossos direitos trabalhistas e nos explorar ao máximo, e nós estaremos constantemente lutando, por quaisquer meios necessários, pela concessão desses direitos.
Pois muito bem. O terceiro passo é o mais difícil. Uma tarefa para a vida inteira: organizar-se politicamente. Procurar um partido, um movimento social, um sindicato, uma associação de bairro ou um coletivo em que possa se reunir com outros explorados e agir coletivamente pela transformação da realidade.
A desigualdade que tanto preocupa você só vai acabar com a abolição das classes sociais e da propriedade privada dos meios de produção que mencionei lá no início. Não existe outro caminho. Qualquer alternativa é inútil, é morfina, é enxugar gelo. O Capitalismo não pode ser reformado.
Continua nos comentários.