Tenho pensado muito em suicídio.

Não tem Nasa a ver com o jogo da baleia.
Sou borderline, ou seja: comportamentos auto-destrutivos sempre fizeram parte do que eu sou.
Desde pequena sofri muitos abusos (não sexuais) mas verbais, sempre fui a filha desfavorecida, minha mãe sempre disputou comigo (sim, pois sou a filha mais velha) e parece que só gosta de ver meu irmão se dar bem. Ela não sai de casa, não trabalha e fica só arrumando pelo em ovo pra brigar. Meu pai faz tudo o que ela pede só pra continuar traindo ela e ela finge que não sabe. Meu pai não é presente na família apesar de morar aqui.
Tenho me sentido muito sozinha, muitas vezes queria receber um abraço, um carinho mas mesmo eu dando isso aos outros aqui em casa, eu não recebo.
Tem doído muito essa solidão, o fato de ninguém aqui em casa se amar de verdade. A falta de amor está tirando minha vontade de viver. E eu já começo até a duvidar da existência de Deus. Ao qual sempre fui apegada és sempre pedi proteção à minha família.
anônima
anônima
anônimo
anônimo
04/05/2017 22h38

Olha, minha irmã é borderline também. Sabe quando isso foi melhorar? Depois dos 30: ela

se estabilizou, e por mais que ainda haja problemas, são residuais comparados aos anteriores. Antes disso, ela foi internada, se mudou 13 vezes durante a faculdade, tentou suicídio algumas vezes (das quais eu presenciei 2 vezes)... É muito, muito difícil (reitero a dificuldade) e por mais que isso seja problema dela, acabou irradiando para pessoas próximas, como eu. Essa infelicidade me atingiu duramente na adolescência e causou diversos problemas na minha família.

Eu infelizmente tenho um preconceito enorme com pessoas que sejam borderline, parcialmente pela experiência um tanto ruim com minha irmã, mas vou deixar o aprendizado que tive com ela, já que você parece ser jovem.

- Você precisa ter alguém super próximo que aguente suas crises ao seu lado. Não pude fazer esse papel mas observei umas 2 ou 3 pessoas que fizeram em meu lugar.
- Psicoterapia comportamental e analítica: isso segurou a barra da minha irmã durante um bom tempo, apesar das inúmeras crises, tentativas de suicídio e problemas que surgiam. Também evitou que ela tivesse alguns colapsos mentais e nervosos. Sem falar que você tem que pôr pra fora as coisas pra alguém que só te ouça e te faça refletir.
- Terapia medicamentosa: também foi de grande ajuda pra minha irmã. Além de borderline, ela tinha crises de ansiedade agudas e depressão profunda. Foram, se não me engano, 20 medicamentos diferentes usados ao curso de 15 anos. SSRIs, tricíclicos, benzodiazepínicos, ansiolíticos em geral e até mesmo IMAOs e alguns remédios não aprovados. O tempo que ela passou sem a medicação foi o mais negro. Talvez efeito rebote, talvez a própria desregulação química... Enfim, foi importante.
- Faça o que você gosta. Sério. Acho que se minha irmã tivesse largado a faculdade de veterinária e feito medicina ou enfermagem, ela já teria desistido dessa vida pra valer, pra valer MESMO (continua...)