Pessoalmente, se for para eu não encontrar alguma mulher, eu preferiria não ter vivido.
É

uma loucura viver sem ter um porto seguro, uma pessoa sempre disposta a receber e dar carinho, e daquele carinho mais sincero e mais aberto, que é fruto de escolha. Eu até consigo sobreviver sem isso, mas é uma loucura, tudo o que eu sinto eu tenho que guardar para mim, viver sempre comigo mesmo, tendo apenas a mim mesmo para amar dessa forma, um amor previsível e chato, eu já sei o que eu gosto, as minhas reações, amor próprio é um amor sem nada para descobrir, um amor estagnado, é até útil para que as pessoas se cuidem, mas viver apenas com esse amor é muito chato e desinteressante. O descobrir é o que faz o amor ser o que ele é, quando você descobre uma pessoa, ela deixa de ser uma pessoa qualquer e vira algo especial e com sentido, o amor próprio tem muito pouco disso, o amor dedicado a outra pessoa, pelo contrário, tem muito disso. Fora amores como "conhecer a pintura", "conhecer a medicina" e "conhecer o mundo", o que é extremamente chato também para viver só com isso, pois o mundo, a medicina ou a pintura não são pessoas que vão reagir ao seu amor, o ato de conhecer outra pessoa é uma das formas mais eficientes de dar sentido à vida, pois pessoas são as coisas mais imprevisíveis que existem para se conhecer, sobretudo as mulheres, no meu caso, como elas têm um monte de coisas diferentes em relação ao homem, são seres que possuem outros bilhões de coisas a mais para se conhecer.
E não se trata de uma simples forma de dar sentido à vida, é uma forma de dar sentido que não se torna chata com o tempo, pois um reage ao outro. Com o tempo, o sentido do resto daquelas coisas se torna praticamente o mesmo, e não se fica mais com nada para se conhecer, a vida fica estagnada e desprazerosa, as pessoas tentam maquiar esse fato com amor próprio ou amor às coisas abstratas, mas isso não é nada mais do que a verdade.