Vocês se sentem rejeitados?

Eu sinto que sou rejeitado pela minha mãe, nosso relacionamento de mãe e filho é bem distante, eu fui criado pela minha vó, minha mãe queria que eu morasse com ela mas eu nunca quis, prefiro morar com a minha vó. Minha mãe sempre faz algo pra mim com interesse, ela me trata bem até um certo ponto, mas as vezes eu fico furioso quando lembro que já sofri várias humilhações por parte dela mas é estranho, eu não consigo ser rancoroso. Eu sou o primogênito dela mas ela sempre tentava me atrapalhar, pelo menos é o que eu sinto, seja nos meus estudos, nos meus sonhos de vida, me colocava pra baixo, a sorte que mentalmente eu sou forte, mas não consigo ser forte sempre, minha vó me contava que minha mãe sempre era a filha que mais dava trabalho para ela, que minha mãe me deixava com minha vó e iria na balada. Fico triste, eu já pensei várias vezes em sumir, forjar um sumiço mas não quero que minha vó se preocupe, ela é cheia de problemas de saúde, não quero que a saúde dela se agrave e que ela morra. Sei que não vou ter ela pra sempre perto de mim, mas quando ela for eu vou sumir, não vou ter estômago para ficar perto da minha família, seria uma tristeza bem grande, já perdi meu pai e seria um caos enorme não ter mais a minha vó. Minha vó é diferente, eu sou o primogênito dos netos dela, ela sempre teve muito zelo comigo, faz as comidas que eu gosto, me trata como um rei, ela sempre foi a mãe que eu nunca tive, quero tanto recompensar ela, dificilmente eu vou encontrar uma mulher tão carinhosa, cuidadosa e especial como ela é comigo.
anônimo
anônimo
29/09/2021 05h17

Em parte posso dizer que já passei por algo semelhante, não diria exatamente rejeitado, mas

sim de certa forma menosprezado ou "secundarizado" por meus pais, os quais tinham na época uma clara preferência por minha irmã, que nasceu depois (eu sou o mais velho). Sua história coincide em alguns pontos com a minha, pois no meu caso a rigor fui criado mais por minha avó (já falecida) do que por minha mãe, isto até por volta de meus 7 anos de idade; a partir daí, acho que por conta do início da idade escolar, pai e mãe assumiram um protagonismo maior comigo mas passei a infância inteira, a adolescência inteira e o início da idade adulta debaixo de uma "saraivada" de críticas negativas, falatórios e às vezes zombarias vindos dos dois em relação a mim, quase sempre com base em comparações descabidas entre mim e minha irmã (os dois sempre realçando ou supervalorizando os feitos e os desempenhos de minha irmã em várias coisas - na escola sobretudo e anos mais tarde também no desempenho profissional - e me dizendo que era vexatório ou vergonhoso minha irmã sendo mulher e mais nova conseguir me superar ou ser melhor do que eu sob vários aspectos, inclusive em força física (nesse detalhe até que eles tinham razão, minha irmã era mesmo mais forte do que eu - aliás desconfio que ainda seja até hoje - mas porque nasceu em melhores condições, foi mais bem tratada desde pequena e sempre teve uma excelente saúde, ao contrário de mim, que nunca tive uma saúde consistente); nessa conjuntura toda, somente minha avó e mais algumas pessoas de fora da família é que me defendiam e davam apoio. Tempos depois dessa fase minha avó adoeceu gravemente e ficou acamada por vários anos, sendo que nesse período todo eu fui o principal responsável por cuidar dela, inclusive até me improvisando de enfermeiro doméstico. Acho que toda essa assistência que prestei à minha avó serviu para pelo menos reduzir drasticamente todo aquele ambiente de críticas vindas de mãe e irmã (hoje meu pai já é falecido).