Todo homem normal tem.

Fica adormecido dentro de mim, e desabrocha diante de mulheres que têm

o poder de despertá-lo e provocá-lo. Isto é, mulheres femininas, meigas, delicadas, com pontuais pitadas de dengo, sensibilidade à flor da pele, emotivas, afetuosas, mulheres que gostam do cavalheirismo masculino, de serem cortejadas, protegidas, poupadas pelo homem de algo desconfortável ou de riscos.

É um sentimento de entrega protetiva, digamos, de que se preciso for que eu abdique de um certo conforto meu, em prol do dela, então que assim eu faça, sem pensar duas vezes.

Havendo só um assento, ela se senta e eu fico de pé. Havendo bolsas, eu carrego. Ao caminharmos na calçada, ela fica do lado interno, próximo aos muros, e eu no externo, na beira da rua. Havendo um lado do sofá mais confortável e espaçoso, ela que fique. Se a limpeza de determinado local da casa é mais desgastante, então que eu me encarregue e a poupe disso, entre outros exemplos.

Também vistos em pequenos, mas simbólicos e bonitos gestos de afeto, corriqueiros no dia a dia, como esses que você citou. Além de: ceder um agasalho num frio intenso que a pegou desprevenida, beijo na mão e na testa, massagem nos trapézios quando rígidos demais por estresse, nos pés após longas horas com um calçado desconfortável, deixar o café pronto quando acordar primeiro. Sentar no colo lateralmente, também vejo como um gesto reforçador da sensação de segurança de uma mulher com a proteção masculina de seu marido, pai, avô, irmão mais velho etc, não apenas sentando de frente. Enfim.

Não são todos que possuem essa postura, essa forma de gostar, mas faz parte da natureza da maioria, dos normais, quando estão amando de verdade aquela mulher. E não são todas as mulheres que fomentam esse comportamento masculino. Via de regra, não sentimos esse chamado interno pra sermos cavalheiros protetores com uma promíscua.