Eu penso que existem dois tipos de crentes. Uns são os crentes alinhados com Santo
Agostinho, que buscam crer para entender. Outros, são os crentes alinhados com São Tomás de Aquino, que buscam entender para crer. E eu me considero um crente tomista. Busco entender para crer. E na busca por entender, o questionamento faz parte. Mas não tenho medo dos questionamentos me fazerem duvidar de Deus. Até mesmo, porque eu sei que Deus é infinito, ilimitado. E nesse sentido algo questionável não me faz necessariamente duvidar de Deus, mas me faz entender como esse algo pode estar relacionado com a Fé em Deus. Por exemplo... A teoria da evolução é uma teoria muito bem construída, baseada em observações do presente, baseada em estudos de genética e baseada em evidências paleontológicas. Só que a evolução fala de milhões de anos, enquanto a narrativa do Gênesis fala em sete dias. Então, a questão não é "A Evolução anula o Gênesis" ou "O Gênesis Anula a Evolução". Mas sim, como a existência pacífica entre a teoria da evolução e a narrativa do Gênesis podem estar relacionadas com a Fé em Deus. Eu entendo por exemplo que parte do Gênesis não tem a função de falar como foi exatamente, mas sim de falar sobre o sentido de tudo o que existe e da importância de cada coisa que existe, enquanto a teoria da evolução busca uma análise de como as coisas aconteceram não importando com o sentido, mas com o modo que aconteceu.