Gaúcho conseguiu enxergar minha alma com olhos de ternura e certa identificação. Dizia que tínhamos

almas parecidas. Gaúcho escrevia textos longos com intuito de dividir comigo fardos que carregávamos. Dividir no sentido de compartilhar e tornar mais leve mesmo, ele fazia isso. Muito mais inteligente e sábio que eu, conseguia compreender minhas angústias e arranjava um jeito de se fazer presente para que elas ficassem menos intensas. Gaúcho era de brincar e falar muita besteira também, me fazia rir. Me alegrava com vídeos do seu gatinho Schumacher, e também conhecia minhas cachorrinhas. Me chamava de jujubinha. Disse que iríamos nos encontrar um dia, se não aqui, "do outro lado". Homem forte, homem bom. Já chorei bastante, a partida dele só reacendeu a minha inquietação com a brevidade da vida e da nossa impotência diante de um fim que não sabemos quando será. Estou numa fase ruim e tuco isso ficou mais intenso com o conhecimento da partida dele. Não sinto vontade de entrar aqui mas eu não poderia não falar nada e não expressar ainda mais minha tristeza com tudo isso. De toda minha alma e coração, eu desejo que o descanso e a paz que ele tanto merece esteja acontecimento em absoluta plenitude. Espero que o outro lado seja mesmo real e que nós possamos viver uma amizade livre das mazelas dessa vida bem louca e complexa. Meus sentimentos a todos que também sentem.