
anônima
17/06/2022 15h37
Complexo de falar sobre. Não tenho experiência prática no assunto, apenas teórica.
Existem muitas formas
de ausência para uma criança. É comum a gente pensar na ideia do pai que nunca nem sequer apareceu, mas existem também os "pais" que assinam a identidade mas não se portam como pais. Essa segunda, em alguns casos, pode ser ainda mais cruel, porque a criança além de estar abandonada, consegue acompanhar a outra pessoa ali, priorizando uma vida sem ela. Às vezes, com uma outra família, vivendo como se ela não existisse. Existem os pais dependentes químicos, que nunca estão de fato ali - esses, eu já vi casos de perto, e os filhos quase sempre se acabam vivendo aquilo. E, existem os que nunca aparecem, e que te fazem questionar metade do seu código genético todos os dias.O quê tudo isso pode gerar? Tantas coisas. Medo de confiar em terceiros, ou, o inverso: depósito de confiança no primeiro homem que aparecer. Espelhamento de um pai em futuros parceiros de relação. Recusa em estar em relações, porque "sente que sempre será abandonada como foi pelo pai", mágoa e culpa, raiva, busca por validação em outros homens, vícios. Enfim, dá pra se ter muita coisa.
Tem um episódio que eu gosto muito, e que mostra a visceralidade da ausência paterna. (Já perdi as contas de quanto eu assisti isso):