Quando comida era cara, ser gordo era sinal de viver na abundância.
Obesidade e bochechas rosadas

eram sinais de fartura.
Por isso Buda, provavelmente um faquir magérrimo, é representado como uma figura gorda e satisfeita em seu sorriso bonachão.
Na Coréia do Norte, por exemplo, ainda se observa isso.
Se ficar magro ninguém respeita mais!
No exato momento que comida em quantidade ilimitada – carboidratos principalmente – se tornou acessível a quase todos.
Magreza se tornou saudável.
Corpo de estivador, símbolo de beleza.

Quando pele queimada pelo sol significava trabalho duro ao ar livre.
A pele alva era admirada.
Nem Branca de Neve escapou.
Significava: eu não preciso trabalhar!
Quando o trabalho burocrático em escritórios fechados se tornou comum.
Pele bronzeada pelo sol virou sinal de saúde.
Dizia a todos: eu não trabalho!
Tenho tempo para atividades ao ar livre.
Agora que tempo livre é mais comum.
Ir à praia e frequentar piscinas ao alcance das massas.
Sol dá câncer!

E isso vale para tudo.
De tatuagens de tribos primitivas a pendurar pedras no pescoço.
Até roupa rasgada!