04/01/2023 13h35

Quando eu tinha 10 anos eu tinha uma vizinha de 9 anos que sempre me

dizia insultos racistas quando eu passava na rua na calçada dela. Um dia eu estava passando na rua, ela me insultou e eu fui pra cima dela, a empurrei e ela bateu a cabeça na quina do portão da casa dela, fez um corte e começou a sangrar muito. Eu corri pra minha casa e não deu 2 minutos e os pais dela foram lá bater na minha casa fazendo o maior escandalo. Todos os vizinhos sairam pra fora pra ver o que estava acontecendo. Meu pais saiu com toda a calma pra atender os pais da minha vizinha. Quando ele entendeu o que tinha acontecido, ele foi pra dentro pra pegar a chave do carro pra levar a menina e os pais dela pro hospital pra dar pontos na cabeça dela. Dentro de casa ele me viu e não disse nada. Apenas pegou a chave do carro e saiu. Mas meu pai olhou pra mim de um jeito que nunca esqueci. Um olhar de reprovação e decepção que eu ainda não havia experimentado.
Quando meu pai voltou do hospital ele foi conversar comigo com o mesmo olhar de decepção. Ele não me bateu. Mas eu preferia ter levado uma surra do que ter decepcionado e envergonhado tanto o meu pai como fiz naque dia. Foi comentário na vizinhança durante dias.

Obs.: A menina sem noção e racista virou minha amiga na adolescência. Fizemos aulas de inglês juntos e saíamos pra baladas com a mesma turma de amigos do bairro. O curioso é que o primeiro namorado dela era um negão desses que tocava até em grupo de pagode. Eu dizia pra ela "tá pagando a língua, hein loira?!?! Logo um negão pagodeiro, kkkk."