07/02/2023 13h54

Não é que o destino esteja traçado, mas ele é oriundo do acaso, e sobre

isto nada temos influência ou controle. Não temos controle sobre nada na verdade, a não ser nós mesmos, o que presume o livre-arbítrio, a autonomia pessoal. Entretanto, não acho que o tenhamos pq nós não saímos por aí fazendo o que bem entendemos. Se uma pessoa tem livre-arbítrio então ela poderia ir na rua e dar um tapa em alguém simplesmente pelo desejo dela, ou se jogar na frente de um ônibus, independentemente de seu estado emocional. Mas, por alguma razão, há coisas ou mecanismos que nos impedem de fazer isso, seja por um senso de moralidade, afeto ou coisa do tipo. Se há algo, portanto, que rege nossas atitudes, mesmo sendo sentimentos internos, laços e princípios, impedindo de fazermos o que temos vontade, então não temos esse livre-arbítrio.

Vamos pegar um exemplo hipotético. Uma pessoa boa, que tem princípios bem desenvolvidos nela. Em determinada situação, ela tem o desejo de fazer uma ação considerada antiética, imoral, ou malvista pelos outros, mas acaba não o fazendo por conta dos valores que defende. Legal, pois ela teve autocontrole o suficiente para controlar seu desejo. Mas então se ela não o realizou, mesmo que este desejo, muitas das vezes, seja algo momentâneo e espontâneo, então ela não exerceu seu livre-arbítrio. Abdicar o desejo não seria escolha própria ou genuína, pois em algum momento aquele indivíduo sentiu vontade de o realizar. Algo dentro dele o forçou e o segurou de cometer o ato, não necessariamente por escolha, mas por conceitos e concepções, princípios q, inconscientemente, o fizeram mudar de ideia ao levar em consideração possíveis consequências, punições e julgamentos alheios. Se é inconsciente, então não pode ser de nossa livre escolha, mesmo o subconsciente tendo grande parcela nas ações de nossa vida e em nosso cotidiano, fundamental para nossas mentes e nossa existência