Existe uma convenção social, toda uma estrutura, como o Serpe já citou, que presume que
os homens devam tomar a iniciativa. Muitas mulheres, até por isso, seja por costume ou até por comodismo, não precisam se dar ao luxo de se esforçar e fazer acontecer. Afinal, sempre vai ter alguém que vai chegar nelas, ou quase sempre. O primeiro passo, nesses casos, é visto como algo masculino. E também tem o machismo na equação, pois isso é visto como um elemento que compõe a masculinidade, o que diferencia um homem de uma mulher, ou de um "homem inferior".E para além do machismo, no caso de uma mulher hétero, ela vai se interessar por um homem que corresponda ao imaginário de masculinidade. Caso ele não se enquadre nesta concepção, é colocado de lado. A própria literatura e o audiovisual nos inundam de visões e conceitos que adentram em nossas mentes e muitas das vezes se fixam. Quantos livros ou filmes você observa um homem chamando pra sair, pagando a conta, exercendo o papel que se atribui a ele? Não obstante Hitler viu o cinema como uma arma potencial para disseminar os ideais do nazismo, pois o audiovisual de fato é uma excelente ferramenta para corroborar comportamentos e concepções.
Por último, pode ser uma forma de autopreservação. Ao esperar um homem a chamar pra sair, ela pode avaliar se de fato ele condiz com suas expectativas, se é uma boa pessoa e etc. O poder analítico, neste caso, está nas mãos das mulheres, que tem a faca e o queijo na mão para prosseguirem ou anularem um potencial relacionamento. O esforço acaba enobrecendo o homem, que por sua vez passa a ser bem-visto por outrem. Qualquer atitude ou comportamento que se aproxime a um comodismo é automaticamente descartado pela mulher. Em suma, a falta de iniciativa e ausência de fatores que afirmam e definem o papel do homem neste cenário o faz ser considerado inferior.
"Se as mulheres tomarem a iniciativa, serão chamadas de promíscuas". Então um homem que faz isso também deve ser chamado do mesmo?