A verdade, no fim das contas, é relativa, assim como toda a moralidade que nos

rege. Quem diz o que é verdade? Qual o intuito de se estipular coisas do tipo? Assim como o bem e o mal, o certo e o errado. A forma que se encontrou, desde a antiguidade, para controlar o anárquico e incontrolável comportamento humano, foi elaborar um senso de moralidade baseado no pós-vida, de que há ações virtuosas e outras reprováveis e impróprias, as quais te conduzirão a lugares mais aprazíveis ou de grande sofrimento após a morte.

Por exemplo: matar é errado, e assim enxergamos. Mas, num contexto de guerra e em um campo de batalha, é plenamente normalizado ceifar a vida de outrem, pois aquele terreno e aquele cenário tais comportamentos e ações são permitidas, para um "bem maior". Um miserável assassinar alguém é hediondo, mas um policial torturar e promover uma chacina talvez seja compatível com seu papel na sociedade e no controle do crime, ou assim parece ser tratado. As mesmas atitudes, em circunstâncias diferentes e com pessoas diferentes mudam totalmente a percepção das pessoas sobre a natureza do comportamento, sua validade e legitimidade perante a sociedade.

Para alguns países africanos, do Oriente Médio e a Rússia, por exemplo, a homossexualidade é crime, por lei. Logo, essa é a verdade deles (entenda-se "eles" como quem está no poder e exerce influência sobre a política e a constituição).

Em relação a isso e outras coisas, como pautas ambientais, os EUA e países europeus fazem questão de se colocar em um pedestal e exercerem o papel dos "civilizados", condenando tais atitudes, exalando benevolência e um exemplo a serem seguidos. Logo eles, quem colonizaram, partilharam a África como um bolo, escravizaram, promoveram genocídios, proclamaram centenas de guerras?

A "verdade" que tanto defendem em nada tem a ver com o bem da humanidade, mas sim atender aos seus interesses obscuros. Suas preferências são pessoais, não universais, assim como sua cor preferida, ou comida