14/02/2023 15h54

Várias razões. Primeiro que o sistema educacional brasileiro pouco estimula o contato prático com a

ciência e faz parecer algo desinteressante e sem importância. Assim, formamos alunos e cidadãos avessos às ciências, até porque, nas condições as quais vivemos, pensamos, em primeiro plano, em empregos que mais possam oferecer retorno financeiro. A ciência aqui dá retorno? Um pesquisador muitas das vezes sustenta sua pesquisa do seu próprio bolso, sendo que os custos são elevados e o trabalho enorme. Quando consegue uma bolsa, consegue incríveis 400 reais ou pouco mais que isso para fazer milagres. Quem no mundo vai achar este ofício interessante?

Por isso ocorre, há tempos e em massa, o fenômeno denominado "fuga de cérebros". Milhares de brasileiros qualificados buscam melhores oportunidades no exterior e lá residem, pois as condições para se viver como pesquisador e cientista são infinitamente superiores aos melhores padrões encontrados aqui, que já são escassos. A desvalorização do pesquisador reflete também na sociedade, que não entende os benefícios dos estudos acadêmicos que são produzidos em prol dela. Aqui não é possível viver "apenas" sendo pesquisador, enquanto lá fora você é valorizado, recebe seu devido valor, premiações e um salário compatível com seu empenho e esforço, além de, assim, fomentar o desenvolvimento de pesquisas muitas das vezes revolucionárias em vários campos da ciência