25/04/2023 01h14

Vamos considerar o belo cenário de The Sims do animal do Erikeka ali. Casal classe

média/alta tem 3 filhos. A empresa do cara faliu e a mulher descobre uma doença crônica e o tratamento é caro pra porra. E agora, mandam pra orfanato, colocam um dos filhos na OLX? Como fica? Num divórcio ou morte de um ou de ambos os pais? Num cenário como a crise de 2008? Guerra? Pandemia?

Que viagem, o trabalho da sociedade é garantir que todo cidadão tenha o mínimo de condições a uma vida decente: trabalho, moradia, alimentação, saúde, família. Não é mais sensato melhorarmos a condição material de trabalho, a distribuição de renda, a questão tributária que simplesmente castrá-los? Que tal investir para que esses pobres tenham acesso a educação, trabalho para que retornem ao Estado em forma de melhores trabalhadores?

Teste simples: a partir de hoje pobre não tem mais filho. Quem vocês acham que vão assumir as vagas de empregos dos pobres daqui a 5, 10, 15 anos? Quando os pobres atuais ficarem velhos, morrerem ou aposentarem? Faxina, entregadores, ajudante de pedreiro, gari, limpar fossa etc? Lembrando que o país tá com recorde de trabalhadores informais, quase 40 milhões.

Falta de filhos vai acarretar no que aconteceu na Dinamarca, o governo tendo que dar incentivo$ pra galera procriar mais. A falta de mão de obra já é um risco sério no horizonte.

https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2015/07/14/com-campanhas-e-subsidios-do-governo-dinamarca-apela-por-mais-filhos.htm

Veja o Iowa, acabou de mudar lei para que a molecada a partir dos 16 anos já possa trabalhar:

https://www.theguardian.com/us-news/2023/apr/18/iowa-senate-child-labor-law

Eliminar o pobre sem mudar o sistema econômico que gera o pobre é como colocar balde embaixo da goteira ao invés de ajeitar o furo no telhado. Tem que focar em curar a doença, não eliminar o sintoma.