Eu acredito que, pelo que há inscrito no propósito instintivo do masculino e feminino, a

dinâmica do relacionamento é o homem que sente prazer em cuidar de uma mulher, fazê-la feliz e a mulher sente prazer em ser cuidada, bem tratada, receber carinho. Se essa dinâmica funcionasse do jeito que deveria, a mulher não se sentiria inferior e nem seria inferiorizada pelos homens, os quais também teriam uma consciência mais equilibrada de si mesmos e não se superiorizariam. A mulher gosta de ser cuidada, bem tratada, não porque ela é uma inválida, mas sim porque isso é prazeroso, simples assim. E o homem não é o principal responsável por cuidar da sua esposa não porque ele é obrigado ou porque ele deve a mulher, mas sim porque isso também é prazeroso. O conceito de entregar a sua vida para cuidar de alguém (homem) e entregar a sua vida para ser cuidado por alguém (mulher) numa relação de confiança e reciprocidade, foi totalmente distorcido. Os homens passaram a enxergar o cuidado da mulher ora como fardo, ora como uma licença para manipular ou então como motivo para ensoberbecer. Os homens deveriam amar as mulheres livremente, sem imposição a si mesmo ou a mulher. As mulheres, por sua vez, passaram a enxergar o cuidado dos homens como uma ferramenta de inferiorização e rebaixamento da sua dignidade e, em alguns casos, como oportunidade para tirar proveito. Se não é livre, se não envolve uma escolha consciente e espontânea, não é amor genuíno. Vivemos uma vida inteira nos relacionando para aprender a viver o amor genuinamente e ainda sim não chegamos lá, porque somos falhos e a humanidade ainda tem muito o que aprender. Enquanto as pessoas não souberem se relacionar e estiverem indispostas a aprender e passar pelo processo que envolve dificuldades e falhas sucessivas de ambas as partes, tanto o homem quanto a mulher estarão cada vez menos interessados em se relacionar porque preferem abrir mão de algo tão importante em prol de uma vida mais fácil.