Vocês gostam de poemas? Tem algum que marcou a vida de vocês?

Eu amo este do Almeida Garrett, eu o conheci na escola.

Este Inferno de Amar

Este inferno de amar - como eu amo! -
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?

Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
anônima
anônima
09/03/2018 18h52

Pra Migna Anamurada

Xinguê, Xigaste! Vigna afatigada i triste
I triste i afatigada io vigna;
Tu tigna a

arma povolada di sogno,
I a arma povolada di sogno io tigna.

Ti amê, m'amasti! Bunitigno io éra
I tu tambê era bunitigna;
Tu tigna uma garigna di féra
E io di féra tigna una garigna.

Una veiz ti begiê a linda mó,
I a migna tambê vucê begió.
Vucê mi apisô nu pé, e io non pisé no da signora.

Moltos abbraccio mi deu vucê,
Moltos abbraccio io tambê ti dê.
U fóra vucê mi deu, e io tambê ti dê u fóra.

In: BANANÉRE, Juó. La divina increnca. 2.ed. Pref. Mário Leite. São Paulo: Folco Masucci, 1966

NOTA: Paródia do soneto "Nel Mezzo del Camin...", da série Sarças de Fogo, do livro POESIAS (1888), de Olavo Bila