Passei pelo segundo por um bom tempo. Minha vida familiar e social nunca foi muito

estável e houve um momento bem crítico em que sofri bullying, fui excluída na escola (apenas pelas meninas, mas isso acabou me deixando isolada mesmo que os meninos fossem gentis comigo), meus pais se separam em um grande briga, minha mãe vivia me batendo por eu simplesmente respirar alto demais (deu um problemão pq os vizinhos queriam chamar o conselho tutelar), e meu pai caiu doente na cama perdendo parcialmente a visão durante alguns meses. Nesse período fui diagnosticada com depressão e ansiedade; lembro de não sentir o dia passando e viver entre os sentimentos de vazio ou angústia, foi bem difícil. Alguns anos depois, lá pro final do 1º ano do ensino médio, eu decidi que não queria mais viver mendigando atenção dos outros (pois eu era muito carente de amigos já que meu único círculo social era na escola, nunca fui de sair), que eu iria investir o tempo que eu ficava chorando pelos cantos em mim mesma e que eu me tornaria autossuficiente. Dito e feito, eu comecei a correr, fazer dieta (nunca fui gorda, mas tbm nunca fui magra mesmo que eu comesse muito - perdi 14 quilos: 57 para 43), ler mais, estudar mais, me vestir melhor, assistir e fazer as coisas que eu queria fazer sem esperar a companhia de alguém. Hoje em dia gosto e valorizo muito o meu tempo sozinha. Admito que ainda não sou a pessoa mais cheia de amigos, mas agradeço por todos os que eu tenho e sou feliz assim.
Passei da excluída a alguém que as pessoas queriam ficar próximas, mesmo assim respeito a mim mesma e não aceito qualquer amizade apenas para não ficar sozinha.
Momentos que nós sentimos só sempre irão existir, mas eu prefiro sentir isso sozinha do que na (não) companhia de outro alguém.