Estava aborrecido dentro de casa e resolvi sair, ir à lanchonete. Geralmente vou sozinho mesmo, não é um tabu. Não é uma dificuldade social que preciso ultrapassar, superar. Cheguei, não olhei para as mesas ao redor, faz parte da técnica de evitar o estresse social combinado com uma apatia generalizada, aquelas pessoas não possuem a menor importância, embora tenham olhares vindos em minha direção, seja por causa da minha aparência excêntrica, seja pelo fato de estar sozinho em um ambiente tipicamente coletivo. É como um carneiro entrando no cercado dos bois, ele vai se destacar independente de dar um berro.
Sentei, pedi. Na minha frente havia um casal de jovens. Provavelmente nos seus 20 anos. Vestidos iguais, numa boa sintonia. Não consigo sentir o mínimo de empatia, mas apenas ressentimento, ódio, inveja. Todos os sentimentos ruins se chocam, como uma reação nuclear na qual a inveja libera partículas que despertam ódio, que por sua vez libera ressentimento. Explodindo uma bomba de amargura. Mas ela é silenciosa, ninguém a escuta externamente. O barulho fora é de conversa, pessoas trocando experiências. Aqui dentro é um grito desesperador pedindo, implorando ajuda.
Questiono exaustivamente qual pedra na cruz eu atirei para que Deus me castigasse com o celibato. A impossiblidade de amar, de ser amado. De compartilhar meu dia com alguém. Por que Deus me deu instintos, e me negou ao mesmo tempo? Tal tipo de tortura deveria cair sobre aqueles que são ruins, não é o meu caso. Minha maldade é fruto de observar a injustiça que ocorre comigo e com pessoas parecidas. Não é uma maldade que afeta outros seres humanos. Na visão da balconista, durante meus 20 minutos naquele lugar, era só um homem comendo seu lanche.
Sentei, pedi. Na minha frente havia um casal de jovens. Provavelmente nos seus 20 anos. Vestidos iguais, numa boa sintonia. Não consigo sentir o mínimo de empatia, mas apenas ressentimento, ódio, inveja. Todos os sentimentos ruins se chocam, como uma reação nuclear na qual a inveja libera partículas que despertam ódio, que por sua vez libera ressentimento. Explodindo uma bomba de amargura. Mas ela é silenciosa, ninguém a escuta externamente. O barulho fora é de conversa, pessoas trocando experiências. Aqui dentro é um grito desesperador pedindo, implorando ajuda.
Questiono exaustivamente qual pedra na cruz eu atirei para que Deus me castigasse com o celibato. A impossiblidade de amar, de ser amado. De compartilhar meu dia com alguém. Por que Deus me deu instintos, e me negou ao mesmo tempo? Tal tipo de tortura deveria cair sobre aqueles que são ruins, não é o meu caso. Minha maldade é fruto de observar a injustiça que ocorre comigo e com pessoas parecidas. Não é uma maldade que afeta outros seres humanos. Na visão da balconista, durante meus 20 minutos naquele lugar, era só um homem comendo seu lanche.

anônimo

anônima
25/12/2023 22h53
Te castigou com celibato?? Eu juro q não entendo isso. A cruz é você mesmo,
é você que está se colocando nessa posição. Isso está te adoecendo e fazendo vc ver a realidade distorcida.O que te impede de ficar com uma mulher? Sua aparência? Vc diz que ela é excêntrica, mas excêntrica como? Vc tem alguma cicatriz enorme e horrível no rosto que faz as pessoas evitarem de te encarar? É isso ou é algo muito pior? Pra mim essa é a única coisa que vem a mente. De resto, se não há como mudar totalmente, há como melhorar. Ou talvez vc não queira mudar de propósito. Fiquei curiosa e gostaria de entender. Porque é típico de quem fala isso, a autossabotagem. A pessoa sabe o que precisa ser feito, mas fica se sabotando. É mais fácil colocar a culpa no mundo, se fazer de incompreendido, do que tentar mudar a situação. Sentir ódio de um casal, não vai mudar sua situação. Você vai continuar sozinho.
Enfim, se puder, pesquise sobre algo chamado "filofobia", que é o medo de se relacionar, acompanhado da sensação de que não merece ser amado, de que não vai encontrar alguém compatível e outras coisas. Sim, embora pareça que o vc mais quer é poder se relacionar, estar com alguém, a filofobia acaba provocando nas pessoas esse tipo de sentimento, esse autoboicote. É tipo um sentimento ambíguo. Você teme aquilo que você mais quer, e com isso vc nunca consegue o que deseja pq nunca age da maneira que deveria.
Eu falo isso com propriedade pq sempre tive problemas de autoestima e passei anos culpando o mundo pela minha solidão e pelos meus problemas.