30 anos, desempregada e sem vida social. Eu não aguento mais!

Tive uma criação superprotetora, onde eu não podia nem fazer amigos porque, aos olhos dos meus pais, ninguém prestava. Os poucos amigos que conseguia fazer na escola, eu não podia trazer pra casa. Sofri um bullying desgraçado na adolescência e desde então luto contra a baixa autoestima, fobia social, e já tive períodos de depressão.
O fato é que desde que eu comecei minha vida profissional, meus pais sempre ficaram dando palpite. Sempre faziam eu sair do emprego porque ora pagava mal, ora era muito longe, ou o serviço não prestava, etc. Só que a gente é pobre. Não temos esse luxo de ficar escolhendo emprego. Por causa disso, nunca parei em trabalho nenhum, nunca pude estudar pq sem trabalhar, eu nunca tive grana pra isso. Quando tô desempregada, percebo indiretas vindo deles, mas ao mesmo tempo, sei que assim q eu arrumar trabalho, eles vão começar com a ladainha de novo. Sinto q o que eles gostam é de ter controle sobre mim.

Infelizmente fui acordar pra vida tarde. Há quem viva num ambiente assim e quando se torna adulto, se liberta. Outros, como eu, ficam assim até chegar no fundo do poço. Essa falsa sensação de proteção pra quem é cheio de inseguranças, foi o que me impediu de ver a vida como ela é. Eu reconheço minha culpa nisso. Por conta da fobia social, eu também me aproveitava dessa proteção pra não enfrentar o mundo.

Resumindo, o ano passado foi um inferno, fiquei mal pra caramba, de chorar deitada no chão do quarto e não ter ânimo pra nada. E meus pais nem perceberam isso. Fiquei mal porque me dei conta de que pior que tá não pode ficar. Passar 24h em casa nos 7 dias da semana, sem perspectiva de nada, é horrível. E não pensem que sou mimada. Eu ando parecendo uma mulamba, cabelo sem cuidar, roupas velhas. E tudo isso me faz sentir um lixo. Pra piorar, não tenho amigos pq vivo isolada. As únicas vezes que eu saio de casa, é com algum dos meus pais. Eu quero andar com gente da minha idade, quero me divertir como qualquer pessoa normal.
É só um desabafo.
anônima
anônima
13/01/2024 21h19

Triste realidade