Cada caso é diferente. Há questão financeira, logística, de saúde e necessidades do idoso.
Fora a
dinâmica da casa. Pais trabalhando, filho na escola ou faculdade, às vezes tem bebê ou criança pequena na casa. Há quem precise sair e deixa o idoso sozinho. Não é todo mundo que pode bancar empregada ou enfermeira. Lembro que minha mãe fazia dois almoços todo dia, um pra família e outro pros meus avós, a comida deles era diferente. Puxado demais. Minha avó foi ficando senil lentamente, depois da morte do meu avô. Começou esquecendo de desligar fogão, depois queimando roupa com o ferro. Era cabeça dura, odiava ficar parada. Uma vez foi passar o rodo na laje após uma chuva e escorregou, danificou legal o quadril.
Meu pai tinha um terreno no nosso bairro, levantou uma casa pra ela e colocou um primo pra morar lá e cuidar dela. Resultado? Ela continuava trabalhando e o vagabundo o dia todo vendo tv. Ladrões pularam o muro e fizeram a limpa, já estavam ligados que naquela casa só havia uma idosa e um imbecil.
Nos últimos anos lúcida optamos pelo asilo. Toda a família se juntou pra pagar. Melhor coisa. A família visitava todo sábado, meu pai e os irmãos iam mais vezes durante a semana. Cuidaram muito bem dela, ela passava o dia conversando e fazendo amizade com outros idosos lá, fazia hidroginástica. Aliviou bastante o estresse que tava fervendo entre os filhos.