
anônimo
28/05/2024 15h53
As pessoas colocam a falta de investimentos e a regulação excessiva de governos locais como
culpados, mas o buraco é muito mais embaixo. Se os governos locais têm essa postura, ela é refletiva de uma parte significativa dos eleitores. Ainda que sejam ignorantes em relação a economia ou política, grande parte deles também apoia o protecionismo.Além disso, o Nordeste não produz quase nada. Vive basicamente de turismo e pesca. O resto é atividade completamente mantida por investimentos estatais. Cana de açúcar? Etanol? Honestamente, ninguém compra etanol, a menos que seja vendido a menos de 70% do preço da gasolina, o que não acontece nunca. E, mesmo não sendo nada lucrativo, tem a porra de uma economia inteira mantida com dinheiro público.
O próprio turismo, que é a atividade de maior relevância econômica para o nordeste, emprega na Bahia apenas 90 mil pessoas (em um estado com 15 milhões de pessoas), e passa meses com incentivos de governos estaduais e federal. Festa junina, shows, eventos, todos têm a marca do governo do estado. O Nordeste todo, apesar de ser a terceira região mais produtiva, corresponde a apenas 13,6% do PIB do Brasil. O PIB do Maranhão corresponde a 1,3% do PIB nacional. O PIB da Bahia, estado mais produtivo do Nordeste, corresponde a 3,8% do PIB nacional.
O grosso da população não apenas não tem perspectiva nenhuma como também está acostumado a essa realidade de dependência.
E o problema não é apenas no Nordeste, mas no Brasil todo. De maneira geral, o brasileiro não tem a mentalidade empreendedora como se vê nos EUA, por exemplo. Preferimos uma vida mais tranquila e sem chance de crescimento a uma vida turbulenta, com riscos e que exige muito de nós intelectualmente. Só que no Nordeste é pior.