Como gerente de T.I. de uma empresa, uma vez já tracei uma colega de trabalho, muito bonita, que era uma subordinada a mim na Companhia. Tive um relacionamento com ela por vários meses. Ambos éramos solteiros, diga-se de passagem.
Um dia o gerente geral da empresa nos viu passeando de mãos dadas na rua, no intervalo do almoço, saindo do McDonald´s. A empresa não proibia expressamente relacionamentos entre seus funcionários, mas também não via com bons olhos, sobretudo entre funcionários com cargos executivos e seus subordinados. Pela cara que o Gerente-Geral fez para a gente eu sabia que ia dar problema, que a informação iria chegar ao dono da empresa, que me contratou. Então, naquela mesma noite, numa lanchonete em que estávamos comendo, fui sincero com ela e lhe disse:
- Olha, acho um de nós dois será demitido. E eu acho que será você.
Eu sabia que eu era um funcionário mais indispensável para a companhia, enquanto que ela era mais facilmente substituível. Eu estava esperando ser chamado pelo dono da empresa para uma "conversa", mas nada aconteceu. Alguns dias depois eu desci do escritório à loja, no primeiro piso, e a encontrei chorando. Perguntei o que havia acontecido, ela me disse que havia sido dispensada.
Pouco tempo depois disto ela encontrou novo emprego e ficou tudo bem. Nosso namoro continuou por mais de um ano. Mas para mim ficou uma dura lição, contada em um velho dito popular português:
- "Aonde se ganha o pão, não se come a carne."